Só o policiamento nas ruas prendendo meninos e meninas não resolve. Parte desse genocídio infame, é a falta de políticas públicas para crianças e jovens no extremo sul da Bahia. Os crimes em Porto Seguro e Eunápolis envolvendo menores de idade poderiam ser evitados, se o Governo do Estado desenvolvesse programas de política pública, colônia de férias, Vila Olímpica, o que é uma utopia para a Bahia.
Tudo é muito precário, as coisas são capengas nesse segmento praticamente inexistentes. Não existem escolas em tempo integral.
Passados quatro meses da chacina que culminou na morte de várias pessoas em um bar no distrito de Vera Cruz, no município de Porto Seguro, sem que até agora nenhum dos matadores estejam presos, eis que nova chacina volta a acontecer de forma tai cruel quando a primeira. Com uma diferença, a chacina ocorrida nesta quinta-feira, 15, foi praticada brutalmente contra três adolescentes, dois deles, ainda meninos, identificados como: João Rodrigo Oliveira Santos, vulgo 'Avatar', de 13 anos; Gabriel Andrade dos Santos, vulgo 'Coroinha', também de 13 anos; e Celemias Silva de Souza, conhecido por 'Mimia', de 17 anos.
Os corpos estavam próximos a uma estrada vicinal nas proximidades da Fazenda Batalha. A chacina não teve repercussão na imprensa nacional, talvez por se tratar de meninos sem cabeças, perdidos dentro de uma sociedade destroçada e sem rumo. Quem vai ligar para mais três meninos executados à bala por traficantes ou matadores ousados que afrontam o Estado diuturnamente?
A situação se agrava na Bahia. E de certa forma mais acentuadamente no extremo sul, onde nada acontece de relevante, a não ser, as chacinas e cabeças cortadas. Onde o Governo do Estado é apenas um nobre visitante esporádico.
PONTE DO JEQUITINHONHA
