Os protestos se tornaram intensos na cidade de Buerarema, a população se juntou a fecharam o cerco na BR 101. Os conflitos com a tropa de choque da Polícia Militar se prolongaram durante todo dia. Várias viaturas da polícia militar e homens com bombas de efeito moral dispersaram a multidão que se encontrava no protesto, onde várias barricadas foram colocadas para impedir a chegada dos policiais.
Mesmo com força policial, o conflito se estendeu nas mediações da rodovia, na entrada da cidade e no centro. Os comerciantes fecharam suas portas com medo da violência. A revolta se deu por conta da morte de um trabalhador rural de nome Juraci Santana, que foi assassinado a tiros por supostos índios na noite desta segunda-feira. Logo após, os manifestantes chegam ao centro da cidade onde depredaram as agências bancárias do Bradesco e Banco do Brasil, a estabelecimentos comerciais outros bens públicos.
Ministro é alvo de críticas
A atuação do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, na tentativa de mediação de conflitos que já duram um ano entre índios e fazendeiros no sul da Bahia não é bem vista pelo deputado federal Geraldo Simões, do PT.
Parlamentar responsabilizou o que chama de "vacilação" do ministro pela violência e intranquilidade na região Sul, onde já foram identificados seis áreas de conflito com indígenas nas últimas semanas.
Geraldo ficou "particularmente revoltado" com a morte, nesta madrugada, em sua residência, do presidente do Assentamento Ipiranga, Juraci José dos Santos Santana.
Ele havia pedido providências às autoridades de segurança, depois de denunciar que, no grupo de 45 famílias, patrocinadas pelo Incra, duas pessoas estavam se auto declarando indígenas e reivindicando não mais seus lotes, porém todos os seus 47 mil hectares do acampamento.
Segundo Geraldo, o ministro Eduardo Cardozo havia prometido instalar uma base de segurança no assentamento, "mas recuou, aprofundando a intranquilidade na região".
O deputado relatou que na semana passada, num ato de reintegração de posse na região, determinado pela Justiça Federal, a turma do cacique conhecido como "Babau" enfrentou, com tiros, a Polícia Federal e homens da Força Nacional por mais de uma hora. Ao todo, 100 propriedades foram invadidas na região por auto declarados índios.
"O clima de intranquilidade na região do Sul da Bahia, com seis pontos de conflitos, eu atribuo à vacilação do ministro, que não controla a Funai, não toma as decisões acertadas, preferindo fazer média com entidades internacionais de defesa do índio", disse o deputado petista.