
A megaoperação contra o Comando Vermelho nos complexos da Penha e do Alemão, realizada na última terça-feira, foi rejeitada principalmente pelos eleitores de esquerda, segundo pesquisa Genial/Quaest.
Entre os lulistas, 59% desaprovaram a ação, enquanto entre os de esquerda que não votam em Lula, o índice de rejeição chegou a 70%.
Para os demais grupos, a operação teve aprovação ampla.
Eleitores bolsonaristas aprovaram a ação em 94% dos casos, os de direita não bolsonarista em 93%, e os independentes em 61%.
No geral, 64% da população fluminense aprovou a operação, enquanto 27% desaprovaram.
Percepção de segurança
Apesar da aprovação majoritária, a pesquisa mostrou que a operação não trouxe sensação de segurança.
Entre todos os entrevistados, 52% afirmaram se sentir menos seguros, enquanto 35% disseram se sentir mais protegidos. Além disso, 74% declararam temer uma reação do tráfico, e 84% enxergam o Rio como um “cenário de guerra”.
O levantamento mostra diferenças entre homens e mulheres: 79% dos homens aprovaram a operação, contra 51% das mulheres.
Quanto à postura policial, metade dos entrevistados defendeu que a primeira reação diante de suspeitos armados deve ser tentar prender sem disparos, enquanto 45% disseram que seria necessário “atirar logo de cara”.
Aprovação de Cláudio Castro
O impacto político da megaoperação também é evidente. A aprovação da gestão do governador Cláudio Castro (PL) passou de 43% para 53% após a ação.
Entre eleitores de Bolsonaro, a avaliação positiva da gestão de Castro subiu de 49% para 82%, e entre eleitores de Lula, a desaprovação aumentou de 44% para 69%.
A interpretação sobre os objetivos da operação varia conforme a filiação política.
Para 54% dos entrevistados, a ação visou combater o crime organizado, mas entre os eleitores de esquerda, 72% dos lulistas e 82% dos não-lulistas acreditam que a megaoperação teve motivações políticas para aumentar a popularidade do governador.
A pesquisa foi realizada com 1.500 eleitores em 40 municípios do estado do Rio, com margem de erro de três pontos percentuais e nível de confiança de 95%.