Estudar medicina é um sonho de muitos jovens. A realidade, no entanto, é que os valores das universidades privadas que ofertam o curso na Bahia são proibitivos para a ampla maioria da população.

Em um país cujo salário mínimo é R$ 1.412, a mensalidade mais barata é mais de cinco vezes maior que este valor.

Já a mais cara custa mais de R$ 13 mil. Em seis anos de curso, o valor para se formar se aproxima de R$ 1 milhão – isso sem contar com gastos com livros e outros materiais.

Para o médico Otávio Marambaia, presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb), o valor cobrado pelas instituições privadas não se justifica por conta da incompatibilidade de qualidade.

“São faculdades que não têm campos de estágio, com um corpo docente insuficiente e com pouca qualificação, muitos deles, com pessoas que não são médicas, resultando em egressos sem treinamento e não preparados adequadamente para exercer a medicina de maneira plena”, pontua.

O médico Hélio Braga, diretor da Associação Bahiana de Medicina (ABM), acredita que os altos valores cobrados pelas faculdades particulares se devem ao desejo de enriquecimento.

“A ABM vê essa situação com bastante preocupação porque, apesar do custo ser muito elevado, essas faculdades não estão investindo para proporcionar uma formação médica adequada, o que pode levar riscos à saúde da população e um aumento imenso no custo da saúde, tanto no sistema público como no sistema privado”, diz.

Por sua vez, Carlos Joel Pereira, que é presidente do Sindicato das Entidades Mantenedoras dos Estabelecimentos do Ensino Superior do Estado da Bahia (Semesb), discorda de que haja tentativa de enriquecimento das faculdades, uma vez que os custos para ofertar o curso de Medicina são altos, e afirma que há poucos professores da área médica.

“Outro ponto é que a forma do curso de Medicina faz com seja preciso ter um número reduzido de alunos para fazer funcionar as metodologias que são aplicadas. Além disso, tem equipamentos que custam de R$ 2 milhões a R$ 3 milhões só para iniciar a formação, bem como dificuldade de vínculo hospitalar. No final, tudo recai no consumidor final, que é o aluno”, acrescenta.

Confira as 10 faculdades de medicina mais caras da Bahia:

1. R$ 13.278,07 – Zarns

2. R$12.990,00 – Idomed Juazeiro

3. R$ 12.680,00 – Unifacs

4. R$10.990,00 – Idomed Alagoinhas

5. R$ 10.665,00 – Ages Jacobina

6. R$ 10.500,00 – Ages Irecê

7. R$ 10.400,00 – Unidompedro

8. R$ 9.110, 00 – Unime

9. R$ 9.110, 00 – Pitágoras

10. R$ 7.190,00 – Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP)