Bahia, 07 de Dezembro de 2025
Por: A Gazeta Bahia informações rel-uita.org/br
07/12/2025 - 08:02:58

A greve dos trabalhadores da Veracel Celulose do setor florestal ganhou publicação no Rel UITA (Regional Latino-Americana da UITA), uma organização sindical combativa na América Latina que denuncia violações de direitos humanos, trabalhistas e sindicais por empresas e governos, focada nos setores de alimentos, agricultura, hotelaria e turismo.

A Rel, pertence à UITA (União Internacional dos Trabalhadores da Alimentação, Agrícolas, Hotéis, Restaurantes, Tabaco e Afins.

Veja abaixo a publicação:

Segundo explicaram À Rel Damiana Alcântara, Fabrício Nascimento e Arisvaldo de Jesus, integrantes da diretoria sindical e trabalhadores da Veracel, a empresa decidiu impor de forma unilateral uma nova escala de seis dias de trabalho por apenas um de descanso (6×1), sem qualquer tipo de compensação econômica.

A medida, aplicada desde 1º de novembro, foi considerada pelo sindicato e pela maioria do quadro funcional como um “regime escravizante”, devido ao impacto direto sobre a saúde, a vida familiar e a segurança de quem trabalha em turnos contínuos.

Para piorar

Historicamente, os trabalhadores de turnos atuavam com escalas intensas, mas que ao menos garantiam ciclos mínimos de descanso.

Há quatro anos, a Veracel implementou uma escala experimental – 6×1, 6×2 e 6×3 – reconhecendo que aumentava o desgaste físico e prejudicava a qualidade de vida.

Para compensar esse sistema, pagava uma bonificação a cada trabalhador.

Nos anos seguintes, a empresa renovou esse acordo com valores menores, sempre admitindo que a escala provocava danos concretos à saúde dos empregados.

No entanto, este ano anunciou que não pagaria nenhuma compensação, alegando dificuldades financeiras, ao mesmo tempo em que exibia publicamente uma imagem de “empresa sólida” e “uma das melhores para trabalhar”.

Nove em cada dez apoiam a greve
Diante da imposição da escala de seis dias trabalhados por um de descanso, os trabalhadores rejeitaram a proposta e aprovaram o estado de greve com quase 90% dos votos, cumprindo todos os requisitos legais.

Passadas as 72 horas regulamentares, a greve foi deflagrada.

Após mais de 40 horas de paralisação, o sindicato abriu uma nova instância de diálogo, mas a empresa não respondeu.

Em vez de negociar, ingressou com uma ação judicial acusando o sindicato de paralisação irregular, algo que –segundo a organização– não condiz com a realidade, já que a greve foi decidida democraticamente em assembleia.

Práticas antissindicais
Durante esse processo, os trabalhadores denunciaram diversas ações de pressão por parte da empresa: assédio psicológico; ameaças a quem quisesse aderir à greve; advertências sobre possíveis suspensões de contrato e perda de benefícios.

O sindicato sustenta que essas práticas “são ilegais e violam o direito constitucional de greve”, além de aprofundarem o que consideram um desgaste sistemático da dignidade e da saúde laboral.

“Não aceitaremos um regime que destrói a vida dos trabalhadores”, afirmam os dirigentes sindicais.

Aceitar esse sistema sem compensação significa normalizar um modelo de trabalho que “beira o desumano e se assemelha a um regime escravizante”, disseram.

O sindicato afirma que continuará negociando, mas alerta que não recuará na defesa de condições de trabalho justas.

O conflito da Veracel soma-se a um debate mais amplo: o movimento sindical brasileiro está atualmente impulsionando uma campanha nacional para pôr fim à escala 6×1, denunciando seus efeitos nocivos sobre a saúde física e mental de milhões de trabalhadores e trabalhadoras e defendendo modelos de jornada que respeitem a vida e a dignidade humanas.

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